terça-feira, 5 de junho de 2012

MATÉRIA RECENTE NO PORTAL DO G1.COM SOBRE "PSLs"



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11/03/2012 07h58 - Atualizado em 11/03/2012 07h58

Prestação de serviços de logística 



gera negócios lucrativos


Previsão é de crescimento no mercado em 2012.
Supermercados, varejistas e indústrias costumam contratar serviço.

Do PEGN TV
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A previsão é de crescimento no mercado de logística em 2012, com faturamento que deve chegar a quase R$ 450 bilhões este ano. Empresários investem no setor de prestação de serviços para grandes empresas e geram negócios lucrativos.

Com um leva e traz de mercadorias, o empresário Roberto Dexheimer fatura alto. Há três anos, ele encontrou no mercado de logística uma grande oportunidade de negócio e criou uma empresa, na capital paulista. No espaço, ficam armazenados diversos tipos de produtos, de vestuário a utilidades domésticas e peças decorativas. O começo foi numa grande rede de supermercados.

“Contratamos 51 funcionários para fazer a operação de intralogística dentro das instalações de nossos clientes. E aí a empresa começou a crescer e a gente sentiu a necessidade de montar um armazém”, explica o empresário.

Hoje a empresa tem 300 funcionários, que trabalham numa área de 3 mil metros quadrados. Além da armazenagem dos produtos, é feita a distribuição logística para clientes espalhados por todo Estado de São Paulo.

E uma dica para quem quer trabalhar no setor é que o serviço costuma ser contratado por redes de supermercados, varejistas e indústrias. “Eles preferem manter o espaço que eles têm como espaço produtivo, espaço industrial, já que a armazenagem é considerada improdutiva para ele. Então há necessidade de terceirizar essa operação”, diz Dexheimer.

Os serviços começam com o recebimento das mercadorias. Em um galpão tudo é checado e separado por cliente. Depois, os produtos embalados e etiquetados seguem para a expedição. O transporte de mercadorias é feito com uma frota de oito caminhões.

O investimento para montar toda a estrutura foi pesado: R$ 1,5 milhão. Mas o faturamento é alto: R$ 8 milhões por ano.

Carlos Porto terceiriza a logística para a empresa dele. Dono de uma importadora de utilidades domésticas, ele usa o serviço para a distribuição das mercadorias para lojas e supermercados.

Com isso, ele gasta cerca de R$ 4 mil por mês. “A empresa ficou com mais tempo para as vendas, que é o nosso negócio hoje. E a parte operacional, relacionada com a parte de a armazenagem, ficou com a empresa terceirizada”, explica.

Logística reversa
E o empresário Adalberto Panzan se especializou na chamada logística reversa. A empresa dele projeta crescimento e bons lucros para 2012. Ele transporta, separa e destina resíduos, mas no sentido contrário: do consumidor final para as indústrias.

A empresa coleta pilhas, baterias, cartuchos de impressora, lâmpadas e sucatas de computador. Tudo é encaminhado para recicladoras especializadas. O negócio começou pequeno: em uma salinha de 50 metros quadrados e com um investimento de R$ 100 mil.

Em uma área de 1.300 metros quadrados ficam os produtos que são coletados em mais de 3 mil pontos espalhados por todo o país. É a etapa intermediária de toda a operação logística. Quando o material chega até ao local, é separado em baias para depois ser transportado para a reciclagem, que é a destinação final.

O transporte é feito por carros próprios e terceirizados. Tudo segue encaixotado em embalagens para evitar contaminação de resíduos.

“Uma das principais demandas da nossa operação é que nós temos rastreabilidade disso tudo, ou seja, que nós saibamos de onde está vindo aquela pilha e para onde ela vai. Então isso envolve não só informação, mas também documentação para certificar isso”, diz o empresário.

A coleta é feita em escolas, empresas, hospitais e hotéis. Nesses pontos são instalados coletores para que as pessoas possam depositar os resíduos para a reciclagem. Em um hotel, a coleta de pilhas é feita há dois anos. O estabelecimento paga R$ 180 por mês pela retirada do material.

“Nós vimos a necessidade, como o hotel consome muita pilha (...), pela sustentabilidade, meio ambiente e pelo fato de a pilha soltar um material que é muito danoso para o meio ambiente”, diz John Rudy, supervisor de serviços do hotel.
O mercado de logística segue em expansão. Fatura R$ 400 bilhões por ano e a previsão para 2012 é de que aumente para R$ 430 bilhões.

“Desde esses períodos pós crise, as empresas começam a mexer bastante em relação a revisar seus processos logísticos, reduzir custos, otimizar suas cadeias de produção, então isso gera uma demanda muito grande para operadores logísticos, profissionais de logística de um modo geral”, diz Mauro Henrique Pereira, da Associação Brasileira de Logística.



Disponível em: http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2012/03/prestacao-de-servicos-de-logistica-gera-negocios-lucrativos.html

quinta-feira, 31 de maio de 2012

CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS


As várias atividades logísticas, susceptíveis de serem subcontratadas, podem ser agrupadas de acordo com a sua posição na cadeia de suprimentos. 
Identificam-se dois grandes grupos: Logística de Suprimento (INBOUND LOGISTICS) e Logística de Distribuição (OUTBOUND LOGISTICS) e seis subgrupos, que representam portfólios de atividades de natureza variada.


Os Subgrupos:

  • Transporte, envolvendo os diferentes modos 
    e serviços auxiliares, no caso de transporte 
    internacional;

  • Armazenagem de Produtos;

  • Manipulação de produtos, incluindo 
    embalagens, identificação, composição de kits 
    etc;

  • Operações industriais, que incluem intervenções 
    intrísecas no produto como montagem final, testes de 
    qualidade etc;

  • Operações comerciais como recebimento e
    tratamento de pedidos, de pagamentos, realização de 
    propaganda etc;

  • Serviços de cunho informacional, como
    administração de estoques, rastreamento de veículos 
    etc;

  • Consultoria em engenharia e administração logística; 

Ainda assim, para descrever o conjunto de atividades 
logísticas realizadas pelos PSLs é necessário combinar 
três critérios:



  1. A natureza das atividades;
  2. Características de circulação dos produtos: canais de
    distribuição, restrições físicas (peso, volume, 
    temperatura), e restrições de gestão (freqüência, valor 
    dos produtos, rotatividade de estoques);
  3. Área geográfica atendida.

Segundo Africk & Calkins (1994) existem 02 tipos 
de Prestadores de Serviços Logísticos, gerando um terceiro grupo, chamado de Hibrído:

  • Operadores Baseados em Ativos;
>Empresas que detêm ou alugam a terceiros 
ativos tangíveis e oferecem outros serviços 
logísticos, como ampliação natural de sua 
atividade central. É o caso, por exemplo, de 
uma companhia de armazéns, que pode 
fornecer serviços de embalagem, etiquetagem 
ou montagem final, além dos serviços 
tradicionalmente ofertados aos clientes.
  • Operadores baseados em Administração e Tratamento da Informação;
>Empresas que operam na administração de 
atividades, e que não detêm ou alugam ativos 
tangíveis, mas fornecem a seus clientes 
recursos humanos e sistemas para

administrar 
toda ou parte de suas funções logísticas.
  • Operadores Híbridos.
>
Corresponde aos PSLs que oferecem 
serviços logísticos físicos e administrativos ao 
mesmo tempo, representados pelos grandes 
operadores que geralmente têm a gestão de 
grandes contratos com empresas de grande 
porte.




OPERADORES LOGÍSTICOS E O COMÉRCIO ELETRÔNICO


O mercado dos prestadores de serviços logísticos, sem duvida, ainda é um mercado em crescimento, mas é, principalmente, um mercado em transformação. Observa-se uma grande dinâmica na oferta de serviços e uma busca das empresas por nichos de mercado mais rentáveis. A tendência de oferecer serviços on demand está relacionada a essa dinâmica. A disseminação do uso eletrônico, principalmente em países emergentes como o Brasil, é um dos fatores que afetam essa dinâmica.

No que se refere ao comercio B2C, a perspectiva é de aumento substancial nos próximos anos. Se o comercio B2C cresce, o B2B é ainda mais representativo. Na verdade, essa última forma é ainda mais antiga e vem permitindo uma redução significativa dos custos de transação. Mas o crescimento do varejo eletrônico faz com que as empresas tenham que reconfigurar seus sistemas logísticos para atender as novas características da demanda.
Essa nova forma de comercio gera a necessidade de adaptação dos canais de distribuição para atender um mercado de dimensões ampliadas, muitas vezes global.

Na realidade, para a grande maioria das empresas, a implantação de uma estrutura logística voltada ao atendimento de um mercado geográfico mais amplo torna-se inviável, principalmente se considerarmos as novas características dessa demanda. Mas, como o comercio eletrônico constitui um dos nichos de mercado mais visados pelos prestadores de serviços logísticos, as firmas ponto-com já começam a fazer parcerias com empresas de encomendas expressas, que dispõem de maior capilaridade para atender pessoas físicas.

As expectativas do comercio eletrônico fazem com que os embarcadores passem a subcontratar não somente a entrega final ao consumidor, mas todas as atividades relacionadas a distribuição física, como forma de garantir os níveis de serviços altamente exigidos. Isso amplia a gama de serviços logísticos oferecidos, à medida que novas atividades vão sendo incorporadas.






O Vídeo a seguir foi exibido em 2008 no programa "Pequenas empresas, grandes negócios" pela rede globo, explica a importância da logística para o sucesso do comércio eletrônico das empresas:


 


Programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios - Entrevista com o Gastão Mattos (Consultor do Comitê de Varejo On-line).
Tema: O desafio do comércio eletrônico é fazer o produto chegar com segurança e no prazo certo na casa do cliente.


OPERADORES LOGÍSTICOS - EVOLUÇÃO DO SETOR

O abandono do paradigma da verticalização, nas modernas cadeias de suprimento, cria demandas que são, em grande parte, supridas por outros agentes econômicos. Parte desses agentes surgiu da redefinição ou ampliação de seus antigos negócios (as transportadoras, por exemplo), dando origem aos novos prestadores de serviços logísticos.

Os prestadores de serviços logísticos são originários de vários setores: grande distribuição, indústria, setor de transporte e armazenagem e setor de serviços.

A maior parte dos prestadores de serviços logísticos que atuam no Brasil é originária do setor de transporte rodoviário...

EXEMPLO:


...Ou são as operadoras logísticas estrangeiras que se instalaram no Brasil.

EXEMPLO:


 
A oferta pronunciada de serviços logísticos, por parte das empresas de transportes rodoviário de carga, é, em grande parte, resultado do processo de desregulamentação dos transportes iniciado nos EUA e, em seguida, disseminado na união européia, e do conseqüente aumento da concorrência no setor.






A conseqüência foi o aumento do numero de transportadoras, a redução das taxas de frete e a oferta de serviços inovadores. As exigências dos embarcadores com maior poder de negociação perante um setor altamente competitivo passaram a ser mais severas, exigindo melhores níveis de serviço, a preços mais baixos. Os transportadores rodoviários tiveram, assim, suas margens de lucro reduzidas, não obstante o aumento de produtividade do setor. Buscando a sobrevivência e melhores nichos de mercado, começaram a oferecer uma gama mais ampla de serviços. Conseqüentemente,  as empresas de transportes rodoviário ampliaram seus negócios, aumentando a rentabilidade e dando origem a grande parte dos operadores logísticos de hoje.

No Brasil, esse processo é mais recente. Resultado de um cenário mais estável e da abertura econômica entre os anos 1990 e 1993, as empresas de transporte começaram a se modernizar, para melhor se adaptarem as exigências de um mercado globalizado. Passaram, assim, a oferecer serviços logísticos de forma a atender a demanda das grandes firmas industriais e comerciais.





 No link http://www.canaldotransporte.com.br/detalheoperador.asp?id=9938 é possível pesquisar os operadores logísticos brasileiros e seus respectivos Estados de atuação.



quarta-feira, 30 de maio de 2012

O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO E A ESCOLHA DE UM PSL



          A logística constitui elemento fundamental na elaboração das estratégias das organizações, podendo, inclusive, orientar a formulação de estratégias corporativas. Na decisão de terceirizar atividades logísticas, a empresa opta pela estratégia de redução para centrar-se nas suas competências essenciais. Mas, dada as características da função logística, transversal e complexa, os riscos de transferi-la a terceiros são significativos e o sucesso depende da forma como este processo é gerenciado, o que vêm provocando uma evolução nas formas da relação contratante-contratado.
          Um alto grau de integração vertical dentro das organizações é uma prática cada vez menos comum. No que se referem às atividades logísticas, as observações de diversos autores mostram uma tendência crescente de outsourcing. Para Boysonet al. (1999), a terceirização de funções logísticas para companhias, conhecidas como prestadores de serviços logísticos (PSL), tem cada vez mais se tornado uma alternativa poderosa à firma verticalmente integrada.
          A terceirização corresponde à adoção de uma estratégia corporativa de redução que consiste na transferência de parte de seu processo ou atividades a terceiros. Segundo dados da Gazeta Mercantil Região Sul (25/09/2002), no Brasil, a terceirização de serviços logísticos apresentava taxas de crescimento entre 20 e 25% ao ano, acima das médias anuais verificadas, atualmente, nos Estados Unidos. Além disso, é importante destacar a importância dos PSL na economia regional. De acordo com a Comissão Européia (European Commission, 2001) a partir do momento que os PSL provêem serviços para múltiplos clientes, estes desempenham um significativo e crescente papel na busca pela otimização de toda a rede logística.
          O atual crescimento da indústria de serviços logísticos não pode ser visto como resultado de um simples aumento do número de empresas que transferem atividades para terceiros. O escopo e o tipo de relacionamento entre cliente e fornecedor de atividades também tem evoluído. E, este novo relacionamento tem tornado mais complexa a decisão, a seleção do terceiro, o processo de negociação, a transferência das atividades e o monitoramento da terceirização. É importante salientar que o próprio conceito dos PSL ou 3PL (Third-partylogistics) tem evoluído para destacar a necessidade da integração da gama de serviços oferecida. “Os 3PL desenvolvem atividades contratadas por um embarcador e provêem o gerenciamento de múltiplos serviços logísticos, de forma integrada” (European Commission, PROTRANS, 2001).

Por que terceirizar e quais atividades são objeto de terceirização?

          Pode-se identificar na literatura, diversas razões apontadas como motores do processo deexternalização das atividades logísticas pelas empresas industriais e comerciais. Estas razões surgem da necessidade de mudança e podem ser identificadas como responsáveis por desencadear um processo de terceirização. Dentre estas, cita-se a necessidade de:
· maiores investimentos e novas competências para o desenvolvimento eficiente das atividades logísticas, ou mesmo, reconfiguração de sistemas logísticos existentes (DORNIER et al., 2000);
· redução de custos ou, pelo menos, transformar altos custos fixos em custos variáveis, e aumentar o nível de serviço oferecido aos clientes (RABINOVICH, 1999);
· se concentrar em suas atividades principais (SINK et LANGLEY, 1996);
· penetrar em novos mercados (RAO etYOUNG, 1994).

          Em qualquer dos casos, a organização deve acreditar que a terceirização seja uma alternativa
viável para a obtenção de melhorias de seu sistema logístico ou adequação deste às atuais
demandas do mercado.

Como avaliar se a empresa deve terceirizar?

          Definido que uma atividade pode ser terceirizada, o próximo passo é analisar se as vantagens superam os riscos, ou seja, se a relação benefício/custo é positiva. A teoria mais difundida neste domínio para explicar o porquê “comprar” ou, numa abordagem mais recente, ”fazer junto” ao invés de “fazer internamente” é a teoria dos custos de transação. Apresentada, em 1971, por Williamson, a teoria dos custos de transação corresponde a uma extensão dos trabalhos de Coase sobre a teoria da firma, que define custos de transação como aqueles custos de usar o mecanismo de preço, isto é, são os recursos gastos ao buscar o mercado para transferir um bem ou serviço de uma parte a outra. (COASE apud HEPWORTH, 1989).

Qual prestador de serviço é mais adequado?

          A contratação tem características particulares, sobretudo para aquisição de serviços, visto o alto grau de incerteza em relação à qualidade do “produto” final e a definição dos recursos necessários para atingir as metas. Além disso, o maior grau de personalização e especificidade destes serviços torna mais complexa esta avaliação. Como há uma tendência de contratação de serviços logísticos integrados, com vistas a aumentar a eficiência dos sistemas logísticos, a contratação dos PSL constitui, atualmente, uma decisão arriscada. Assim, a utilização de um apropriado processo de seleção de PSL é importante como forma de reduzir os riscos.
          A primeira etapa deve consistir na identificação das características e competências que devem satisfazer os PSL. Entre os fatores a serem levados em consideração, em geral, devem estar incluídos: compatibilidade de sistemas de informações disponível do PSL e da empresa contratante; referências de outros clientes, reputação da empresa; estabilidade/Saúde financeira da empresa; experiência de trabalho nos negócios, como tempo que atua no mercado; compatibilidade da cultura das empresas; facilidades de comunicação entre as empresas; localização e escopo geográfico e; preço dos serviços oferecidos.

Que prestadores de serviços logísticos a empresa deve considerar na sua análise?

          Com a tendência de terceirizar “pacotes” de atividades logísticas ao invés de atividades únicas, a relação entre cliente e prestador de serviço também vem mudando. Com demandas por atividades personalizadas, a variedade de contratos é imensa. Enquanto as funções de distribuição tais como transporte, armazenagem e pagamento de fretes têm há muito tempo sido prestada por fornecedores externos, a compra de conjunto de serviços, gerenciada por profissionais externos é algo novo (SINK et al., 1996).
          Trabalhos recentes avaliam, empiricamente, esta relação entre as atividades objetos de terceirização e, mostram que as empresas, por razões relacionadas à economia de escopo e de escala, terceirizam múltiplas atividades com um mesmo fornecedor. Uma pesquisa com 372 gerentes de logística revelou que alguns grupos de atividades tendem a ser subcontratados em conjunto (veja RABINOVICH et al., 1999).
Por outro lado, pesquisas realizadas por Sinket al. (1996) junto a um grupo de embarcadores, permitem constatar que o conceito de serviço completo, freqüentemente, cria certa incerteza e receio. Assim, os prestadores foram aconselhados a se concentrarem nas suas competências centrais e não tentar oferecer uma solução “one-stop.

Quais ferramentas de controle utilizar?

          Com a definição do PSL, deve-se identificar ferramentas gerenciais a serem utilizadas na parceria a fim reduzir o hiato entre os objetivos almejados e os realmente alcançados.
          Com o objetivo de auxiliar na administração da parceria, Fabbe-CostesetBrulhart (1999) propõem algumas vias de ação que podem auxiliar na limitação de riscos de insucesso, melhorando o desempenho das partes: as modalidades operacionais da gestão, os dispositivos de monitoramento e controle e; os princípios de condução estratégica como: previsão de mecanismos de hierarquia, construção de uma estrutura incitativa, previsão de reavaliação e, se for o caso, a saída. É fundamental a definição de indicadores de desempenho para facilitar a negociação e a avaliação do desempenho e, estes indicadores devem fazer parte do contrato.
          O uso dos indicadores na área da logística ganha importância na medida em que se torna necessário medir e avaliar o desempenho de atividades logísticas terceirizadas. Franceschini (2004) também ressalta a importância da medição: “o contratante deve definir o padrão de serviço desejado, em consonância com o fornecedor por meio do “acordo do nível de serviço”, o chamado SLA (servicelevelagreement)”.

Como administrar a parceria?

          Apesar das vantagens da terceirização, identifica-se uma grande preocupação com o relacionamento entre as partes depois de engajada a parceria (ARTMANN etMARTHA, 1997; HUTT et al., 2000; MOORE et CUNNINGHAN III, 1999; FABBE-COSTES et BRULHART, 1999; TATE, 1996). Depois de definido o “como fazer juntos”, seja pela implementação de comunicação e informação, seja pela formalização de procedimentos entre empresas, é necessário observar como realmente estas irão cooperar.
         Como resultado do enorme número de fracassos na formação de parcerias ou alianças, os administradores tentam adotar uma abordagem mais construtivista e adaptável a cada caso, daí a difusão dos termos como confiança, comportamento cooperativo, engajamento, clima organizacional e cultura. O próprio envolvimento dos funcionários ainda na transição das atividades é de fundamental importância, porque na grande maioria dos casos, a transferência das atividades deve acontecer sem a interrupção dos serviços e o envolvimento dos funcionários é crucial para o sucesso deste processo.
Se a parceria tem sucesso, os mecanismos de controle e monitoramento devem ser continuamente ajustados. Mas, há fatores diversos que podem levar a empresa a reavaliar a decisão de terceirizar e, consequentemente, à reintegração das atividades logísticas.

Quando considerar a possibilidade de reintegrar as atividades?

          A reintegração das atividades logísticas é comum, mas constitui uma decisão crucial para a empresa que mais uma vez modifica sua estratégia.
          Para LiebetRandall (1999a), a razão mais citada, pelos contratantes, para o término dos contratos logísticos foi o mau desempenho dos prestadores de serviços logísticos. Lambert etal. (1999) destaca as expectativas não realistas. Em LiebetRandall (1999b), as razões citadas pelos prestadores de serviços também foram levantadas e incluem: fusão do cliente com outra companhia; fechamento do mercado servido; percepção do consumidor que a relação havia sido prejudicada; violação de um contrato de aliança; seguido pela intervenção do quadro de relações nacionais trabalhistas e insolvência do cliente.
          Do ponto de vista da empresa que contrata os serviços se identifica um retorno às questões estratégicas, consideradas na primeira etapa do processo de terceirização. É importante ressaltar que nem todas as operações ou “pacotes” de operações têm o mesmo impacto para a estratégia das organizações. Deve-se voltar neste ponto a um novo diagnóstico da empresa, o que levará a uma reestruturação logística da organização.


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O quadro abaixo exibe o Processo Tipico de Terceirização de Atividades Logísticas:



Disponível em: 
http://www.sargas.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=41&Itemid=29